domingo, 2 de junho de 2024

Adeus ao ex-zagueiro Amaral

A morte do extraordinário zagueiro Amaral, titular da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, remete à discussão da brutal mudança de postura de quem atua na posição, atualmente. Se ele tinha a dávida de desarmar adversários raramente recorrendo às faltas, parte significativa da nova geração não consegue ter o tempo de bola para a precisa antecipação, e abusa do chutão para o lado que o nariz está virado.

O campineiro João Justino Amaral dos Santos, vitimado por um câncer no pulmão, morreu no último 31 de maio, na capital paulista, aos 69 anos de idade. Com o apelido de Feijão, chegou para treinar no juvenil do Guarani em 1970, e já no ano seguinte integrava a equipe principal, aos 16 anos de idade, em equipe comandada pelo saudoso treinador Armando Renganeschi com essa formação: Tobias; Oswaldo Cunha, Amaral, Alemão e Wilson Campos; Chico Cagnani e Zé Ito; Jorge, Ladeira (Washington), Eli Carlos e Caravetti.

A história dele no Guarani se prolongou por oito anos, com registro de fato curioso em 1972, durante excursão do clube por França, Turquia, Romênia, Grécia, Kuwait e finalmente Irã, quando o saudoso treinador Zé Duarte não titubeou em improvisá-lo de centroavante, na ausência do lesionado Clayton - titular da posição -, no jogo contra o Ice Palace do Irã, em goleada bugrina por 4 a 1, quando ele marcou dois gols.

Em 1978 Amaral se transferiu ao Corinthians e participou da conquista do título paulista de 1979, em compartimento defensivo com Jairo; Zé Maria, Mauro, Amaral e Vladimir. Lesões no joelho, que exigiram cirurgia de menisco, o deixaram longo período fora da equipe. Recuperado, havia pedido espaço e foi negociado com o Santos. Ele ainda atuou no futebol mexicano pelo Club América e Leones Negros até 1986. No retorno ao Brasil, ainda atuou no Blumenau (SC) e Caldense (MG). Depois, ajudou no intercâmbio de jogadores brasileiros ao México.

Quis o destino que o falecimento de Amaral ocorresse justamente no aniversário de 71 anos do Estádio Brinco de Ouro, palco da conquista do título do Guarani na final do Brasileirão de 1978 contra o Palmeiras, vice-campeonato da mesma competição na finalíssima diante do São Paulo em 1986, semifinal contra o Flamengo quatro anos antes, com recorde de público no estádio, de 52.002 pagantes, e vice-campeonato paulista de 1988, contra o Corinthians.

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