domingo, 12 de maio de 2024

Adeus ao argentino Cesar Luis Menotti

A morte do ex-atleta e treinador argentino Cesar Luis Menotti, dia cinco de maio passado, remete à polêmica frase citada por ele entre os anos 70 e 80 do século passado, quando se referia que 'o drible é dispensável enquanto o atleta não atinge a linha intermediária do campo adversário'.

Uma frase com esse teor, se proferida hoje, teria lógica, até porque o futebol já não produz em quantidade zagueiros capazes de se desvencilharem de adversários sem risco de perda da bola, diferentemente de décadas passadas quando defensores tinham habilidade, destemor e exibiam categoria, como os saudosos Djalma Dias, Mauro Ramos de Oliveira e Luiz Pereira, entre outros.

Nos tempos de atleta, nos anos 60, Menotti passou pelo futebol brasileiro por Santos e Juventus, além de clubes argentinos como Rosário, Racing, Boca Juniors e o extinto New York Generals. Após experiência como auxiliar técnico do Newell's Old Boys, em 1970, decolou como comandante no Huracán, ao conquistar o título do Torneio Metropolitano. Logo, as portas se abrilharam para ingresso na seleção Argentina em 1974.

Aí, na Copa do Mundo de 1978, sediada em seu país, e sem contar com um selecionado tão qualificado como Holanda e Alemanha Ocidental, Menotti conseguiu levá-lo à conquista do primeiro título daquela competição, ocasião que o goleiro Ubaldo Fillol, zagueiro Daniel Passarella, meia Osvaldo Ardiles e o artilheiro Mario Kempes ficaram em evidência, em período que prevalecia no país a ditadura militar.

Aquele selecionado argentino ganhou visibilidade por praticar futebol essencialmente ofensivo, e aquela ousadia de Menotti gerou recompensa, com contratos assinados em clubes europeus como Barcelona, Atlético de Madrid e Sampdoria.

Todavia, ainda no comando da seleção Argentina em 1982, na Copa da Espanha, o seu grupo de jogadores foi eliminado na segunda fase. E ele também ficou marcado por publicações, com em 1978, ao lançar 'Cómo gané el mundial', explicando os métodos utilizados para separar os jogadores da euforia do país de receber uma Copa. Dois anos depois, publicou o livro 'Fútbol - Juego, deporte y profesión', repetindo o que havia feito.

Em março passado, diagnosticado com anemia, foi internado, participou dos devidos tratamentos, e havia sido liberado em abril, mas, devido à recaída, não resistiu, aos 85 anos de idade.

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